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CRÔNICAS PAULISTANAS

Torresmo na madrugada

letra: Rogério Santos
música,violão e voz: Pituco

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Andando em Santa Cecília
Entre os bordéis e a Santa Casa
Deu coceira na virilha
Só de lembrar onde estava

O metrô tinha fechado
e caminhar até a República
Pra pegar o Morro Grande
Desviando dessa fauna?

Madrugada paulistana
Nevoeiro de outono
A fome que me abraçava
Aumentava o abandono

Pensei no pernil do Estadão
Perto da Maria Paula
Mas era dura missão
Pois meu dinheiro não dava

Lembrei do Café São Paulo
Onde às vezes encho a lata
Discutindo futebol
Com amigos de bravata

Mas isso é uma outra história
E o Café tava encerrado
Mas por sorte ou por azar
Havia o boteco do lado

Esse sempre nos salvara
Nas madrugadas perdidas
Quando o Café nos faltava
O velho "pé-sujo" acudia

Ali eu era da casa
Ali eu pagava fiado
Com ágio de 30 por cento
E era super bem tratado

Mastiguei um torresminho
Da mesma velha vitrine
Onde passou alguns dias
Aguardando o corajoso

Depois da pinga de trinta
E de trocar o meu chequinho
Acordei na enfermaria
Glicosando meu venoso

namaste