Friday, September 12, 2008

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MIlton NAScimento '75

bituca, como é chamado carinhosamente pelos fãs e amigos mais próximos.

aos 14 anos de idade ganhei esse álbum de presente...meu primeiro long-play estereofônico...até então, apesar de ter referências musicais através do acervo erudito e instrumental de meu avô...frequentar aulas de violão e gostar de cantar, por pura exibição,em rodinhas de amigos da escola...eu não sabia,exatamente,o que significava esse universo sonoro e estético.

foi bituca quem me inspirou...me mostrou o caminho mais lúdico das pedras e das pautas...animou meus ouvidos...despertou meu coração...me ensinou a ter sonhos...e, o mais importante, acreditar neles.

'beijo partido'(toninho horta) foi a canção fatal e crucial desse disco...eu queria entender aquela harmonia,melodia,voz,arranjos,músicos...e ouvia,ouvia,ouvia,ouvia,incessantemente...e,nessas audições, a intuição me dizia que, para se fazer música, teria de ser desse jeito.

o maestro jobim já foi descoberta posterior...e que pela densidade e imensidão de sua obra,me botou rédeas,desde o início...como um pai que educa seus filhos.

por isso posto também uma gravação do álbum milton 1970, em que o bituca canta e reinventa o maestro jobim ao violão.


a felicidade (a.c.jobim/v.de moraes)
*note que milton omite o famoso refrão...assim como joão gilberto que canta 'lígia'(versão original) suprimindo o nome da musa...coisa de gênios iluminados.

amplexosonoros e amplificados
namaste

8 comments:

Anonymous said...

Acho que a harmonia está "errada" pela mesma razão que ouvi numa entrevista. Tocava uma música no rádio, ele ouvia e tentava memorizar. Alguns dias depois, tocava novamente. Assim Bituco montava o quebra-cabeças sonoro. Munca saia como a gravação ouvida no rádio. Graças a esses tantos "erros", ele se transformou num dos melodistas mais originais da música brasileira. Eu, como compositor, não gosto que mexem nas minhas harmonias porque geralmente é pra pior. Não é caso do Milton. Ficou ótemo!
Guca Domenico

Anonymous said...

Mas que gravação linda! Já está no iPod, acho que estas gravações (voz e violão) mostram a essência do artista, é uma aula de música. Muito bacana o texto signore, obrigado por mais esta aula, Abrax!

rogerio santos said...

Signore... Felizmente minha auto-busca-musical me levou a ter esse LP, ainda em bolachão, quando tinha lá meus 20 anos... um dos grandes, dos muitos grandes, trabalhos do Milton.
Do "Milton 1970" eu adoro todas...Sou pirado por Alunar, Durango Kid, Pai Grande, Maria Três Filhos, a marcante Clube da Esquina... ou seja.. só papa-fina.

Muito oportuno tua lembraça de "A Felicidade"... curiosamente, essa é a primeira versão que ouvi dessa música.

Namaste

Mariô said...

Lindíssima a interpretação do Milton ! Eu não me lembrava mais desta gravação, embora tenha o vinil aqui nos meus guardados! Interessante ele não cantar o refrão: acho que não queria falar em tristeza... Piramidal, como diz um amigo meu !

Unknown said...

Linda canção!!!
Faça mais post...
Adoro aprender com vocês!
Rose Poulain

Anonymous said...

Com esse monte de feras (músicos, compositores, poetas, enfim conhecedores profundos) comentando aqui a gente fica até preocupado em falar besteira. Seguinte: não entendo nada disso que vocês falaram aí, mas entendo uma coisa: a música do Bituca é demais! Abração Pituco!

Anonymous said...

Nossa, que linda essa interpretação de "A felicidade"... Cai como uma lágrima...
Cai como uma lágrima...
Cai como uma lágrima...
Parece estar despindo uma pedra.
A pedra que ele fez questão de omitir.
Já "Beijo partido" ... só para maiores, rs
Beijos

Anonymous said...

Uai, PITUCO! Já comentei este post, há vários dias, mas não apareceu aqui. Será que é isso que o Guica às vezes reclama.... hahahaaa... De qualquer forma taí, maravilhoso post! Abraços. JR